As vaias, o FPM e o AFM

A Confederação Nacional de Municípios tem realizado, anualmente e nos últimos 16 anos a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Assim neste ano promoveu a sua XVI versão.
Antes da CNM ter assumido a liderança do Movimento Municipalista Nacional, essas Marchas foram realizadas de 1984 até meados da década de 90, pelo Conselho Brasileiro de Integração Municipal que existiu de fato mas sem registro e que foi liderado por muitos anos pelo então Prefeito de Rio Claro-SP e Presidente da Associação Paulista de Municípios na época, Lincoln Magalhães.
Antes disso, o Presidente da Associação Paulista de Municípios no período de 1961 a 1970, José do Vale Pereira, mais conhecido por “Pereirinha”, fez uma Marcha, marcha mesmo com prefeitos e vereadores dirigindo carros, jipes, caminhões, levando mais de uma semana para chegar ao destino.  A Marcha tinha como meta sensibilizar o Governo Federal para a criação de uma política para a Agricultura, pois o êxodo rural já começava a criar problemas para as cidades, resultado da falta de infraestrutura, principalmente de estradas, de educação, de energia e de outros itens que motivassem a permanência do homem do campo em seu habitat. 
Mas, sobre essa primeira Marcha vamos falar depois, com mais detalhes. Nesse momento o que desejo expressar é o meu desconforto na última Marcha, quando, talvez por falta de uma explicação mais didática da Presidenta Dilma Roussef, ela recebeu vaias. Ela anunciou o AFM e falou do FPM, sem esclarecer o significado e a diferença das siglas.
Como no dia anterior os participantes da Marcha tinham estado com seus representantes no Congresso Nacional – aumentando certamente a expectativa do aumento do FPM-, os presentes possivelmente e quase certamente, aguardavam o aumento da porcentagem desse Fundo e muitos não perceberam que ela estava repassando recursos não institucionais.
Tivesse dito a presidenta que  ela estava dando um AFM – Auxílio Financeiro aos Municípios, de sua competência como Executivo e que o aumento do FPM, por ser Constitucional é de competência do Legislativo, cujo apelo deveria ser ao Presidente do Senado Renan Calheiros e ao Presidente da Câmara Federal, Deputado Henrique Eduardo Alves, ambos presentes no ato, possivelmente ela não teria sido vaiada. 
Eu, particularmente sou contra vaia em qualquer circunstância. E essa me incomodou muito.

FONTE: Jornal do interior, edição 101, pag.11, Agosto de 2013
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